Choro, Marisa Letícia

Choro, Marisa Letícia, choro, que minha vida é chorar
Choro pela pandorga que sobe, a linha arrebenta
corro atrás, mas não alcanço
Choro pelo pão com manteiga que cai no chão
Choro pelo menino que morre no Rio Cuiabá
Choro pelo cão atropelado na BR 163 em Mato Grosso
Choro pelo meu irmão, irmã, pela minha dor
Não haveria de chorar por quem me amou?
Mesmo não me vendo, nem me conhecendo
Apenas sabendo que existia e precisava desse amor.

II

Uma lágrima, Marisa, apenas uma
Uma lágrima sentida, sincera
Que brota da ferida aberta
Que sua partida causa em mim

Uma apenas uma lágrima
Do tamanho do mar que transborda
Das dores que meus olhos secos
Sozinhos conseguem enxergar.


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