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A Poesia Esconde


A poesia esconde-esconde
entre eu e você
e o nada responde
A poesia apronta, aponta
em berços de rimas
e não desaponta
A poesia - presente!
responde à pergunta
que vaza da mente
A poesia se choca
até ficar no ponto
e brota sólida no poema.

Descaminhos

O poema feito com precisão
de um segundo,
quando embargava no ônibus,
não explodiu.
Se perdeu no caminho
entre a intuição e o papel.

Da Poesia

A poesia é nada.
Como peixe no rio
nada sem destino
na língua da água

A poesia é fala.
Como linguagem muda
muda de sentido
e modela a (p)rosa.

Provisório

Provisoriamente
o homem trabalha,
dentro da rotina de seu dia,
a sua própria morte...

Não a morte-vida
mas morte negada
negação da vida
antítese

Provisório é o destino
de matar o homem
e mantê-lo como vivo
alienado da realidade
inimaginada de signos
e da luta dos contrários

A poesia, contudo, espera
- nunca, jamais perder
a esperança - um dia
nascer do trabalho real
o homem-fruto, dono
de seu próprio meio de vida.

Abril de 1987

Viagem sem Bagagem


O bom de se viajar
sem bagagem
é que
durante a viagem
vai se pensando
em tudo, quase tudo,
em até fazer poesia
macia
sobre a paisagem
nem tão estética
cheia de moças
da janela do ônibus
rumo à universidade.
2007

A Poesia Muda


A poesia não muda nada
Se é muda, muda menos
mas se fala de poesia
muda a fala do poema
A poesia não muda nada...
Se muda alguma coisa
só muda quando fala
de si mesma no poema.
03.09.2007

Poetas de Antigamente

Não se veem mais poetas como de antigamente...
Os poetas de antigamente escreviam à mão
em brancos papéis suas diletas poesias...

Bem antes, porém, os poetas cantavam musas
intrusas, in métricas precisas e de cabeça
guardavam na memória e iam aos recitais

Depois vieram as máquinas Remington
os poemas passaram a surgir sob formas
até chegarmos no modernismo
e desaguou no concretismo...

A poesia ficou assim
Assim como que não se quer nada
mexendo - pois sempre mexe -
com as cordas do coração.