A
Ricardo Guilherme Dicke
Não
posso sozinho
vestir
a roupa
de
outro santo
no
mesmo santo...
Decerto
isso é indecente
e
pensar que com saliva,
simplesmente,
podemos
pôr
todas as cartas no correio
Sem
procura, sem busca
nenhuma
mão nos oferece
a
enxada, a terra
para
alinhavar nosso dia
Sem
fala, sem enigma
ninguém
nos escuta
para
saber da solidão
que
sofre estando sozinho...
-
Não posso no momento
ficar
parado, despido,
ouvindo
no correr das águas
o
canto fútil das sereias
enquanto
gente se destransforma
homem.
#SonhoDeMenino
Observação importante: Quando RGD recebeu os originais deste Sonho de Menino este poema não existia. Ele foi concebido anos depois da redação do posfácio e Dicke o leu quando de sua publicação no jornal "A Gazeta" e perguntei se podia publicar no livro.
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