A poesia tem detalhes que às vezes não conhecemos por isso que é poesia.
A poesia tem caminhos dos quais pouco ou nada sabemos e por isso que é poesia.
A poesia tem qualidades que às vezes não reconhecemos por isso que é poesia.
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Ciclo em Círculos
Quando
estou triste, fico alegre;
quando
alegre começo a entristecer
É
o círculo da alma que acompanha
o
ciclo da vida de viver e morrer
A vida não é um desconcerto
Nem
tudo é um desconcerto... A vida é um pássaro de asas abertas,
planando acima da montanha, acima das nuvens brancas e mal seguram os
raios de sol, ou das nuvens cinza e escuras de chuva
A
chuva quando no meio da tarde, com muita ameaça (entre trovões e
relâmpagos) de tempestade, não assimila, não ensina assimilar o
destino das coisas, mas demonstram as mudanças, as alterações de
paisagens
A
vida é mudança, transformações: Algumas a nosso pedido, sob o
nosso querer, mas o mais das vezes contra a nossa vontade, como por
exemplo, a nossa pele que envelhece e se enruga toda
Imemoriais
Nos
tempos imemoriais
lembrava-nos
do tempo
-
doutros tempos –
de
memória
sem
razão de lembrar
no
templo da história
Velha Catedral de Barro
Quem
cismou de derrubar a velha catedral de barro?
Ninguém
mais sabe. Os cuiabanos morreram,
os
livros de histórias apodreceram nas estantes
e
ninguém mais tem coragem de comentar
Dom
Orlando Chaves, quando se aposentou,
foi
embora (um dia tinha de ir) pra cidade natal
Luiz-Felipe
Pereira Leite ainda tentou
remediar
e contar das paredes adernando...
Grito em Lisboa
Quando
meu grito foi ouvido em Lisboa
o
grito, mais interno de mim, exortava
embora
sem sair um milímetro sequer
de
perto do Porto localizado
entre
rios que vão daqui, Pantanal
por
navios e caiaque até Portugal
Conectados
Quando
o poeta saiu de férias,
não
enquanto poeta, mas servidor
a
poesia não saiu de si para outro lugar,
ficou
ativa querendo, cada vez mais,
se
manifestar, até em impropérios
Nenhum Poema Hoje
Não escrevi nenhum poema momentâneo
Não houve assunto, ideia ou inspiração
O poema, se é que assim pode-se dizer,
ficou hibernado em algum plano
e nestes instantes não sabemos alcançar
Não escrevi nenhum poema, hoje
Acordei de mau humor, coisa difícil,
mas acontece com todos os seres humanos
não importa se padre ou poeta
Não houve assunto, ideia ou inspiração
O poema, se é que assim pode-se dizer,
ficou hibernado em algum plano
e nestes instantes não sabemos alcançar
Não escrevi nenhum poema, hoje
Acordei de mau humor, coisa difícil,
mas acontece com todos os seres humanos
não importa se padre ou poeta
Eles não Gostam de Pretos
Dedicado
a José Catalão
Eles
não gostam de pretos
Dizem
que são brasileiros
e
vieram navios negreiros
mas
não gostam de pretos
Eles
não gostam de pretos
Dizem
ter um pé na cozinha
mas
não gostam de pretos
Lembre-se, sempre:
Toda
viagem começa com a compra do bilhete.
Sem
crédito, não tem como chegar onde se quer.
Um poema será publicado aqui
Um poema será publicado aqui
não tem dia, nem hora certos
mas será publicado
Sobre Tuiuiús e Poemas
Observe
o
tuiuiú perdido,
planando
rumo ao não-horizonte
Sim,
um jaburu,
mas
não o mesmo tuiuiú
que
foi a óbito
no
poema de Lucinda Persona.
Pão Amanhecido
Sobre o papel que levo debaixo do braço,
no sovaco, posso dizer : -Nada escrito!
O papel jornal é resto de embrulho
de uma paixão que ficou amanhecida.
no sovaco, posso dizer : -Nada escrito!
O papel jornal é resto de embrulho
de uma paixão que ficou amanhecida.
Interrogações
Quem
escolhe nossas roupas?
Quem
determina a hora de começar o dia
Às
seis horas e não às oito, às onze?
Quem
vai ao volante do planeta terra?
Quem
escreve cartas além dos presos injustamente?
Quem
carrega comigo a culpa de não sermos pós
Tudo
além do conhecimento?
Quem
deu a ordem pro tempo parar
Antes
do próximo segundo?
Quem
segurou o ponteiro do relógio
Pro
tempo dar tempo pro suspiro terminal?
Quem
escolhe as cores da camisa
Que
fazem a próxima estação final?
Quem
mergulha de ponta cabeça
No
poema intrépido
Do
poeta esquecido na prateleira vazia?
Quem?
Correr Riscos
Para não correr riscos,
de apaixonar-me
por olhar eletrizante,
não saio mais a passear
sem para-raios.
Posso perder tudo
Posso
perder tudo, perder tempo,
Conversar
fiado, entrar na fila e esperar
Esperar
o autoatendimento
Posso
sair da livraria sem levar
Nenhum
livro debaixo da camisa
Posso
perder um ou dois amigos
Posso
perder o bonde da história,
Que
vem de Marraquexe e vai pra Montevidéu
Posso
passar apertado dentro do elevador
Posso
ler de trás pra frente sem entender tudo
Posso
fazer de conta, ficar de papo pro ar,
E,
assim como quem não quer nada,
Enganar
a Arena Pantanal dia de Mixto e Operário
Posso
piscar o olho, usar tapa-olho
E
em alto mar ser pirata de madrugada
Posso
perder o jogo, perder a aposta
Perder
a anotação do jogo do bicho
Posso
ensinar o padre rezar a missa
No
sétimo dia iniciar o luto fechado
E
ficar esperando, quem espera alcança
Posso
perder a cabeça, ficar sem gravata
Preso
no trânsito, sentir medo de voar
Ficar
totalmente sem noção durante o dia
Posso
querer me apaixonar pela mulher
Que
sempre me amou, mesmo odiando
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