ACLYSE PARA SEMPRE!
Por João Bosquo Cartola
O escritor, poeta e professor universitário, Aclyse Mattos, que toma posse nesta terça-feira, 12, como membro da Academia Mato-grossense de Letras, já era para estar usando pelerine de acadêmico desde 2015, ainda na presidência de Eduardo Mahon. A eleição, então, não aconteceu por um contratempo interno na nossa venerada Casa Barão de Melgaço, o que só veio se realizar no dia 17 de junho, um sábado, eleito de forma unânime por todos os presentes.
O escritor, poeta e professor universitário, Aclyse Mattos, que toma posse nesta terça-feira, 12, como membro da Academia Mato-grossense de Letras, já era para estar usando pelerine de acadêmico desde 2015, ainda na presidência de Eduardo Mahon. A eleição, então, não aconteceu por um contratempo interno na nossa venerada Casa Barão de Melgaço, o que só veio se realizar no dia 17 de junho, um sábado, eleito de forma unânime por todos os presentes.
Gostei e por isso mesmo não canso de repetir a auto definição do novo acadêmico: “poeta nas horas cheias e professor nas horas vagas”. Mas pera lá, Aclyse Mattos não é somente poeta, mas também ficcionista criador de contos, compositor aprendiz, músico, ex-líder de um sexteto e, claro, pai, marido, cidadão cuiabano, nascido na Cidade Verde de 57 anos.
Com a posse de Aclyse Mattos na cadeira 3, a AML – seguindo-se às anteriores de Luciane Carvalho, Cristina Campos, Lucinda Persona, Sueli Batista, Fernando Tadeu, Ivens Cuiabano Scaff – se rejuvenesce mais ainda.
A solenidade de posse, sem contar com os eventuais atrasos, irá começar às 19h30 desta terça, quando o novo acadêmico será recepcionado por Ivens Scaff. O empossado em sua fala lembrará todos os ocupantes da cadeira, do Patrono Ricardo Franco até o último Rubens de Castro, o poeta e jornalista. Daí a imortalidade, o não esquecimento daqueles que passam a tal ao se eleger para as academias.
Aqui, porém, falemos apenas do novo imortal.
O nosso mais festejado escritor da atualidade, Eduardo Mahon, que ainda está lançando o seu último trabalho, “Contos Estranhos”, e ex-presidente da AML, se entusiasma com a chegada do novo colega. Segundo ele, são dois aspectos importantes a se destacar com o ingresso de Aclyse. O primeiro deles é que o novo acadêmico tem a sua obra reconhecida pela crítica literária atuante. O segundo aspecto é o da própria AML que está priorizando a literatura como critério de ingresso. “Precisamos cada vez mais de poetas, cronistas, contistas e romancistas para continuar com uma instituição legitimada pelo amplo respaldo popular e dos estudiosos de literatura que temos em Mato Grosso”.
Os livros, bom, os livros de Aclyse são: “Assalto a mão amada” (poemas) – que foi lançado em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Cuiabá. Desse primeiro livro, que este repórter teve o prazer de exaltar à época, em meados da década de 80 do século passado, quando vivíamos os anos da poesia marginal. O livro, além de textos trazia arte / desenhos do irmão Gabriel Chico de Mattos. O livro, entendo, é uma reunião dos trabalhos editados nos anos anteriores, de quando estudava na PUC do Rio e conheceu o Eduardo Kac, com quem editou a edição 6 da revista “Poetagem” e participa do livro “Escracho” editado por Kac e também da 1ª Antologia do Poema Pornô, publicado pelo selo Codecri, a famosa editora do Pasquim. Codecri, segundo reza a lenda é um acrônimo criado pelo antológico Henfil e significava Companhia (ou, segundo outras versões, comitê ou comando) de Defesa do Crioléu.
Seguiram-se os livros “O Sexofonista” (contos), “Papel Picado” (poemas de três versos), “Natal tropical” (infantil), “Quem Muito Olha a Lua Fica Louco” e, finalmente, “Festa”, o mais recente.
Antes de chegar no Rio, vamos esclarecer, o poeta agora imortal esteve em São Paulo, onde inspirou o poema “A Torre”, que se pode ler do início pro fim ou do fim pro começo, como aquele samba de Chico Buarque “Corrente” que pode ser cantado de trás pra frente também. E o mais sintético de todos “São Paulo, meu frio”.
Aqui no calor em Cuiabá, antes de embarcar para a metrópole, teve inúmeros endereços e cantou isso no poema ““Autorruagrafia” de todas as ruas que já morou: Rua Treze de Junho, a rua dos “turcos”, para a contrariedade de todos os sírio-libaneses que lá tinham um comércio. Numa pincelada rápida, lembra que já morou na Comandante Costa, antiga Rua da Fé, Pedro Celestino, Antônio Maria, Getúlio Vargas e Dom Bosco, entre a Joaquim Murtinho e Barão de Melgaço, rua a qual volta agora, pois aqui está a sede da Academia.
Estudou violão, com Mestre Isaac, sax com Mestre Bolinha, integrando a banda de música da Escola Técnica. Esse estudo, meio que forçado, se deve ao fato que o pai, Gabriel Mattos, entre os irmãos era o único que não sabia tocar nenhum instrumento.
Tranca o curso, muda-se, seguindo a tradição cuiabana, para o Rio, onde mora por 14 anos e lá tem uma história de ruas – que está no poema – e vai formar a banda de música, o sexteto “Peça Original em Concerto”. Integravam a banda os irmãos Ângelo Mário, o Maíto, e Gabriel Mattos Neto e mais três cariocas. Além das músicas próprias, o conjunto tocava músicas de jovens compositores cuiabanos como Adérito Pinheiro, Euclides, Alex Matos e Luizinho, até essa carreira musical ser rifada, por uma profissão mais estável para poder casar, afinal, ninguém é de ferro.
Professor universitário, mestre de Redação no curso de Publicidade e Propaganda da UFMT e agora acadêmico das letras, Aclyse de Matos está no foco da mídia.
PS Antes que me esqueça o poeta, assim como este repórter, é botafoguense.
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