Meu bom Menino Jesus de
Cuiabá,
neste momento que estamos sós,
venho lhe pedir, com o coração
derramado, por nossa capital,
tende piedade de nós
Meu Bom Menino Jesus de
Cuiabá,
olhai, com seus olhos mansos,
as palmeiras
as velhas palmeiras da Praça
Ipiranga
e estão corroídas por
cupins, e por isso,
Jesus Menino, sendo derrubadas
por motosserras
Vigiai, meu Bom Guri, a nossa
população
que cresce e desaparece...
O que era pacato agora se
esconde
na multidão, no tumulto no
trânsito caótico
no barulho ensurdecedor...
O paulista, à passeio, acha
exagero de nossa parte
mas ele não conhece a Cuiabá
que se perde
no desmatamento dos velhos
casarões
Senhor, Bom Menino, a Cuiabá
que se perde
na marcha inexorável do
progresso milenar
uma hora se acha nos teus
mansos passos
em suave procissão.
Do Livro "Seleta Cuiabana
- Cinquenta Poemas que Falam Cuiabá" página 59
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