Arquiventura

Olha, a ventura
de estudar arquitetura
para construir “monumentos
de papel crepom”,
templos sem Deus
Edificados sem ternura caem

Olha, esse calado quieto,
que há em mim,
contra as construções do cotidiano,
deverá ser amanhã


Tentei achar minhas coisas
no imexível, na inércia
do cimento armado,
mas só encontro na poesia
pois não sou engenheiro
e construo no poema
o corpo teu amada
– textura similar –
que não se vê em perspectiva.

><>Do livro “Sinais Antigos” (1984).

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