Penso
novamente em mim,
no
meio da fila,
na
mulher em casa sem comida,
barriguda
e desesperançada
Desespero
todos os dias
a
caminho do lar
doce
lar de tristes lembranças
onde
tudo se passou
em
um único ato sem tempo
Olho
novamente para mim:
traste,
trapo, sapo
saco
de gato e sapato
sem
sábado remunerado
sem
descanso semanal;
no
início, meio e fim desta fila
que
não termina
a
esperança e principia
muito
antes do meu dia
e
caminho cabisbaixo,
olhos
fundos de um fugido,
sempre,
não sei como, roubado
estuprado,
esfolado vivo
e
vivo feito calango,
rastejando
estéril,
sem
perspectiva,
no
meio desta cidade.
#SonhoDeMenino
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