Aqui se mata impunemente
trabalhadores sem terra,
conforme o professor
no congresso de periodistas
Aqui se mata impunemente
crianças nas noites
mal iluminadas
Aqui policiais disfarçados
de bandidos, vestidos de policias
matam crianças impunemente
Aqui se mata com certeza
da impunidade com certeza
Aqui se mata índios Pataxós
incendiados, nas noites Brasília
sem medo justo de julgamento
Aqui se mata crianças
com tiros na cara, com certeza,
sem medo de prisão
Sem-terras são provocados,
caem, como, na armadilha
e são mortos pela provocação
Trabalhadores são punidos
por estarem sem carteira
sem emprego, sem salário
Trabalhadores são presas fáceis
nas mãos de bandidos
vestidos de policiais
Crimes contra concidadãos
na certeza que a punição
será uma promoção
Aqui se matam crianças
seqüestram adolescentes
abandonam velhos
Aqui se mata
Se mata crianças,
trabalhadores sem terras,
índios Galdinos, mendigos,
braçais professores em sala de aula
com salário de fome
Aqui se mata de várias formas,
o cardápio da impunidade
oferece todas as opções
Aqui se mata
Se mata crianças,
comenta o professor
no congresso de periodistas.
Do livro Poéticas Menores & Poemas Controversos (1981-1990)
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