Jesus, meu bom Jesus, me disse no meu ouvido
de forma carinhosa, sussurrando para que sou eu escutasse:
– Não se renda, Poeta, não esqueça de seus sentimentos,
por favor não se renda à grande máquina
e, fundamental, não esqueça de seus irmãos abandonados
à própria sorte, sem teto, nas calçadas,
sem uma mão amiga pra prestar o mais simples dos mais simples
consolos que é o homem poder dar mão a outro homem.
Nazareno, meu bom Nazareno, me disse ao pé da orelha,
para que eu pudesse compreender melhor quem sou,
e com sua absoluta empatia com os mais miseráveis,
os mais desalentados, os mais desorientados:
– Não se intimide com a realidade capitalista,
não se renda à Mamon, ao poder pelo poder,
tudo que se pode alcançar com os olhos, repara,
é transitório, momentâneo... Mas o amor, não.
O amor, pobre Poeta, é eterno, disse-me ao se despedir.
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