O PRESIDENTE À VISTA

O presidente está enredado.
São rendas finas, quase invisíveis
Mas que o povo enxerga
Mesmo estando de longe.

O presidente está enrolado
É como se não estivesse
Mas a teia de finos fios
transparentes se mostram aos olhos
mesmo de quem está longe

O presidente não queria estar
nessa incômoda situação
enrolado em mil tentáculos
em finas teias armadas e
percebidas por quem não está presente

O presidente não desiste
tenta mostrar-se solto
leve como um bailarino
num musical da Broadway

O presidente está enredado
numa rede de vários pontos
Mas ele não é pescador
se diz presa de armadilha
mas o povo pensa diferente

O presidente está enganando,
tentando enganar, faz cara feia
debocha, usa de subterfúgios
mil, os olhos, porém, não mentem

O presidente está de mãos dadas
com o polvo e seus filhotes
Mostra-se conhecedor, cientista
David Copperffield, mas não convence

O presidente não queria estar
estacionado onde está agora
Tiro ao alvo na garagem
sem para onde correr da estrebaria

O presidente está enganado
gado novo, prumo sem rumo
sem como se explicar
o último fio de cabelo preso.

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