6. peito calado

junice, não entendo teu peito
sou brasileiro, não te entendo
brasilidade não basta,
é preciso algo mais:
assim como ser faraó,
adivinho ou menino

adivinho... é muito complexo;
menino... não sonho mais;
faraó... séculos já passaram

junice, não entendes meu peito?
ele é tão cuiabano calado,
sentado à tarde no quintal,
esperando histórias de fantasmas
que minha avó não conta mais.*

* Em Cuiabá, quando ainda não se tinha a televisão, as crianças sentavam em torno das pessoas mais velhas para ouvir histórias, fantásticas histórias de bichos encantados, espíritos, assombrações e fantasmas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente poema, João!