Não podes me ouvir

Não podes meu ouvir, Menina
Se mudo estou de meu lado
E intenção nenhuma tenho
Em falar algo sobre esse fato

Não podes ser mística como eu
Se místico nunca estou dado
Para falar em mitos militares
Que saem pra golpes de Estados

Não podes, Menina, nem tentar
Plantar bananeiras nas praças
Transeuntes indiferentes não veem
Os seus olhos jogados pras traças



Não tentes, que a tentação sua
Me levará sempre ao mesmo rio
Que outrora banhou nossos corpos
Porém já não é aquele mesmo rio.

Do livro Poéticas Menores & Poemas Controversos (1981-1990)

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