Chega

A impunidade está matando
Mais que balas, mais que as guerras...

A impunidade está roubando
Mais que os ladrões profissionais

A impunidade está acabando
Com a autoestima da nossa gente

A impunidade está por todos os cantos,
Todos os níveis e escalões da sociedade

A impunidade está presente
Todos pressentem e querem o seu fim

Mas a síndrome da impunidade leva
Ao descaminho
E levou a gente ser assim
Dizer que todos somos iguais
Bobo é quem não leva vantagem
Perder a vergonha e não ficar vermelho
Quando pego em flagrante perante os filhos
Dos amigos, do vizinho e acreditar
Que não precisamos explicar nada pra ninguém


A impunidade não pode continuar
Chega! Passou dos limites
Acabou o prazo, não basta dizer basta!
Tem que acabar, de verdade,
Para poder voltarmos a conversar
Sobre amenidades sentados nas calçadas
Sem medo de ser quem somos de verdade...

Do livro Poéticas Menores & Poemas Controversos (1981-1990)

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