Nunca me fui igual

Nunca me fui igual
Nem à mim mesmo dentro deste corpo
que me guarda
sem nenhum antagonismo...

Nunca fui igual ao eu
embora desacate o bicho
homem fera que nele habita


Nunca fui quem imaginei que fosse
se não tenho imaginação
nem olhos para ir além daqui
sem sintonia com tudo que me é familiar

Nunca fui discípulo ou mestre
sem que isso represente renúncia
e eu continue sendo o mesmo
e me guarde sem nenhum sabor.

Do livro Poéticas Menores & Poemas Controversos (1981-1990)

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