De Pêndulo e Bússola


Um dia, fiquei triste, ao notar que andava sozinho
e a multidão em torno de mim também caminhava,
mas não tinha como objetivo o próprio destino...

O meu destino, percebi, é andar sozinho
dentro de casa, no ir e vir da sala à cozinha,
quando abro livros e inicio a leitura dum poema,
ou quando sento num banquinho pra tomar café...

Durante esse caminhar notei, algumas vezes,
que senti pequenas alegrias por amigos que tive,
mas desatentamente perdi durante o caminhar...

O meu destino – apesar de não operar pêndulo,
nem ser proprietário de bússola norteadora de volta
ao antigo oriente – é tentar encontrar uma solução
para essa solidez que se concretiza ao viver sozinho.

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