Engraçado isso: Ceifa Vidas. De repente, não mais que de repente, descobriu-se que a "corrupção" ceifa vidas, mas ninguém consegue provar como, né mesmo.
Só fala, como uma frase da moda: ceifa vidas.
Esse ceifar vidas da corrupção, aviso está para mim no mesmo nível do erro médico. Quando vc diz não deveríamos aceitar homens públicos corruptos dá a impressão que todos são corruptos e que só os brasileiros o são. E não é verdade, né. O Iraque - o exemplo mais veemente da corrupção americana - está aí. E tantos outros exemplos - como vemos em filmes - da corrução do sistema americano, mas não vemos os americanos vexados por isso, como nós.
Só fala, como uma frase da moda: ceifa vidas.
Esse ceifar vidas da corrupção, aviso está para mim no mesmo nível do erro médico. Quando vc diz não deveríamos aceitar homens públicos corruptos dá a impressão que todos são corruptos e que só os brasileiros o são. E não é verdade, né. O Iraque - o exemplo mais veemente da corrupção americana - está aí. E tantos outros exemplos - como vemos em filmes - da corrução do sistema americano, mas não vemos os americanos vexados por isso, como nós.
Será que é o famoso complexo de vira-lata? Tem um filme em especial que gosto muito, que se intitula "Um distinto cavalheiro", uma comédia com Eddie Murphy, que com graça e humor mostra a corrução do sistema político americano. Muita das práticas de corrupção americana já são legalizadas, como o lobbie ou lóbi, como queira. A agora, vamos combinar, a corrupção é mais braba no sistema judiciário brasileiro que no político, né. Só a título de ilustração, outro dia foi revelado o caso de uma juíza, lá em Pernambuco, que recebeu em novembro o salário de R$ 1,2 milhão; outro a módica quantia de R$ 800 mil e outros tantos dos 52 desembarcadores foram contemplados com salários de uma média de R$ 300 mil.
O que reza a nossa Constituição??? Quem ultrapassa o teto constitucional é o quê??? Isso tudo sem falarmos em venda de sentenças, né. Pois bem, você nomeia o sistema político corrupto como o entrave para o Brasil.
Da minha parte é a MÍDIA. Na década de 80, Millôr Fernandes deu uma entrevista à revista Oitenta na qual – entre outros tantos assuntos – falou da nossa imprensa.
Eis um trecho: "Pergunta: Você acha que o jornalismo brasileiro melhorou muito de lá pra cá? (De 1938, quando Millôr começa a trabalhar na imprensa até anos 80, quando da entrevista)
Millôr - Muito, tecnicamente. Lamentavelmente, porém, do ponto de vista ético, moral e social, melhorou muito pouco. E já era quase criminosamente ruim naquela época. Conforme você sabe, eu não tenho nenhuma formação marxista, não acredito em excessivos determinismos históricos. É evidente, é liminar, que as forças de produção regem muitas coisas. É liminar que o contexto da sociedade reja fundamentalmente muitas coisas. Agora - o que não é liminar é o seguinte: há forças metafísicas, há entrerrelações no mundo que não estão previstas em qualquer ideologia; a isso eu chamo o anticorpo. O Marx é o próprio anticorpo dentro da sociedade em que vivia. Se as teorias de Marx fossem perfeitas, ele não existiria. Porque o contexto social e as relações de produção da época não o previam, não o permitiram. Você pode dizer que a imprensa é resultado do meio, a imprensa é resultado da sociedade em que funciona. Certo. Mas, às vezes, por força de um indivíduo, ou por força de um pequeno grupo de indivíduos, ela pode se antecipar ao seu meio e fazer progredir esse meio. Mas a imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o país. Acho que uma das grandes culpadas das condições do país, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.
Millôr: [...] Nos falta até o contraste, que existe em países supercapitalistas como os Estados Unidos, onde o choque de interesses é tão violento que faz da imprensa americana a melhor imprensa do mundo. Quando o New York Times não quer dar cobertura a um setor, o Washington Post vai em cima."
Se a imprensa brasileira fosse menos canalha, por exemplo, não deixaria Eduardo Cunha se eleger presidente da Câmara dos Deputados e comandar o golpe de 2016 e que resultou nessa coisa que aí está. Ela, a imprensa, tinha a ficha corrida de Eduardo Cunha, um deputado do baixo clero. Por conta disso temos hoje essa coisa na presidência da república.
Para conhecer um pouquinho das entranhas corruptas das Organizações Globo > Grupo Globo recomendo a leitura do livro "Afundação Roberto Marinho", de Romero Machado.
É isso amigo, em síntese. Se você não fizer a distinção do joio do trigo...
Da minha parte é a MÍDIA. Na década de 80, Millôr Fernandes deu uma entrevista à revista Oitenta na qual – entre outros tantos assuntos – falou da nossa imprensa.
Eis um trecho: "Pergunta: Você acha que o jornalismo brasileiro melhorou muito de lá pra cá? (De 1938, quando Millôr começa a trabalhar na imprensa até anos 80, quando da entrevista)
Millôr - Muito, tecnicamente. Lamentavelmente, porém, do ponto de vista ético, moral e social, melhorou muito pouco. E já era quase criminosamente ruim naquela época. Conforme você sabe, eu não tenho nenhuma formação marxista, não acredito em excessivos determinismos históricos. É evidente, é liminar, que as forças de produção regem muitas coisas. É liminar que o contexto da sociedade reja fundamentalmente muitas coisas. Agora - o que não é liminar é o seguinte: há forças metafísicas, há entrerrelações no mundo que não estão previstas em qualquer ideologia; a isso eu chamo o anticorpo. O Marx é o próprio anticorpo dentro da sociedade em que vivia. Se as teorias de Marx fossem perfeitas, ele não existiria. Porque o contexto social e as relações de produção da época não o previam, não o permitiram. Você pode dizer que a imprensa é resultado do meio, a imprensa é resultado da sociedade em que funciona. Certo. Mas, às vezes, por força de um indivíduo, ou por força de um pequeno grupo de indivíduos, ela pode se antecipar ao seu meio e fazer progredir esse meio. Mas a imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o país. Acho que uma das grandes culpadas das condições do país, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime.
Millôr: [...] Nos falta até o contraste, que existe em países supercapitalistas como os Estados Unidos, onde o choque de interesses é tão violento que faz da imprensa americana a melhor imprensa do mundo. Quando o New York Times não quer dar cobertura a um setor, o Washington Post vai em cima."
Se a imprensa brasileira fosse menos canalha, por exemplo, não deixaria Eduardo Cunha se eleger presidente da Câmara dos Deputados e comandar o golpe de 2016 e que resultou nessa coisa que aí está. Ela, a imprensa, tinha a ficha corrida de Eduardo Cunha, um deputado do baixo clero. Por conta disso temos hoje essa coisa na presidência da república.
Para conhecer um pouquinho das entranhas corruptas das Organizações Globo > Grupo Globo recomendo a leitura do livro "Afundação Roberto Marinho", de Romero Machado.
É isso amigo, em síntese. Se você não fizer a distinção do joio do trigo...
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