"Faz
de conta que eu não vim"
diz
Serra à entrevistadora.
Faz
de conta que eu fui pra Brasília
Que
deixei o governo de São Paulo
Tentei
pegar o bonde,
montar
no cavalo arreado
Faz
de conta que a eleição terminou.
"Faz
de conta que eu não vim"
Diz
que estou noutro departamento
encontrei
outra saída de incêndio
outro
trem, agora de volta
para
a dura realidade dos fatos
do
eleitorado cansado de mudança
de
promessas desprovidas de fundamentos
de
programa de governo de faz de conta
Faz
de conta que era uma vez
uma
eleição em dois mil e dez
na
qual eram tantos, sobraram três
mas
ficaram as entrevistas
as
perguntas inconvenientes
as
pesquisas e por fim a própria eleição
da
qual não tinha como escapar
"Faz
de conta que eu não vim"
diz
Serra à entrevistadora
num
arremedo de não jogar a toalha
de
se achar melhor que os demais
de
fazer de conta que está na batalha
de
querer fazer de conta que veio
para
dizer alguma coisa de novo
e
não apenas da vida do alheio.
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