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As Lixeiras de Benedito Nunes


Cuiabá além da perimetral
ninguém tinha coragem de aventurar
apenas os mais velhos saíam para caçar...

Lembro-me de tudo isso
quando olho as lixeiras de Benedito
sob o sol do meio dia
e Deus, Nunes, nos livre de enfrentar.


Quando o Sol Grita Bom Dia



Quando o sol, ao amanhecer, grita: Bom dia
O dia amanhece em todas as partes da manhã
e começa a procura pelo café preto, leite bom,
pão com manteiga e conversa fiada tecelã...

O dia bom, não importa se tem sol ou chuva,
é pra viver a lavoura, o grão germinar na terra
e frutificar, com doces alegorias, nosso coração
que sonha pelas retinas arco-íris de longe serras

Cuyabensis 300 Anos

Descobri, meio que sem querer,
Que em latim, velho latim antigo
- Mesmo porque somos latinos -
Cuiabano se escreve cuyabensis

Cuyabensis de trezentos anos
De trezentos traçados, veredas
Córregos, rios, lagos mansos
E chuvas em abril... Oito de abril

Vagas Inspirações


Não há espaço para escrever mais nada.

Tudo, tudo que podia ser imaginado,

Já foi dito em poemas e romances

Por escritores e poetas atemporais...



Os poetas, em magnas poesias,

Escritores, em homéricas narrativas,

Impressos em preciosos livros,

Estampados em distantes bibliotecas,


Cuiabá em Chamas

Cuiabá está pegando fogo
Chapada está em chamas
O céu que era azul sumiu
O anil não é mais anil
Os homens de gravatas
Não se responsabilizam
Os governantes pra disfarçar
Não usam mais gravatas

Cuiabá – olhem – está ardendo
E tudo era tão simples
As mangueiras nos quintais
Os sarãs nas margens dos rios
As nuvens e os temporais
Tudo no seu tempo certo
E os cuiabanos preguiçosos
Não reclamavam tanto do calor

Cuiabá atual é só asfalto
O prefeito, pra mostrar serviço,
Pinta ruas e ruas de preto
O Morro da Luz é só entulho
Os escapamentos dos ônibus
pela Nova Era dão sua contribuição

Cuiabá arde dentro da ordem
Os semáforos não funcionam
Os motoristas se desesperam
O horário bancário foi alterado
O caixa eletrônico está fora do ar
O Equador é mais em cima
Ou mais embaixo?

Cuiabá está em chamas
As labaredas em Chapada brilham
Nas noites como cartão postal
Os decretos proíbem queimadas
Os alvarás liberam o cerrado
As viroses internam as crianças
E trabalhadores bebem cervejas

Cuiabá está fora de controle
Os agentes corretores invadem
Mais uma área verde e o ano
Eleitoral dá sua parcela
E mais um grilo se consolida

Cuiabá está pegando foto
No satélite infravermelho
Os balneários estão lotados
Os rios poluídos secam-se
A umidade do ar diminui

O Jardim Alencastro não é jardim
A praça da República sem sombra
Não temos para onde fugir...
Sobra no bairro Goiabeiras
O shopping que se mostra variável
Se a Cemat não apagar a luz

Ps.: Caro Enock, Cuiabá deixou de ser lírica
Ela é vítima de sucessivos enganos administrativos
De mentiras eleitorais, de conchavos políticos
Portanto, não há sorte num tempo futuro imediato.

Do Livro "Seleta Cuiabana - Cinquenta Poemas que Falam Cuiabá" página 51


Canto para Pátria


Perdoe-me, Cuiabá,
se não canto
suas belezas
suas ruas
suas pessoas, que honram de serem cuiabanas
suas moças morenas
seus jardins públicos
seus parcos poetas
seu sol da tarde
no crepúsculo
seus rios
sua história
seus colégios
suas igrejas...

Pátria Cuiabana

Viva minha pátria Cuiabá!
Ela é a primeira entre todas
as pátrias que se tem na vida
Não consigo imaginar-me sem ela

Depois de Cuiabá vieram outras
pátrias brasileiras, num crescendo:
Só posso dizer que amo minha Pátria
porque amo o que vivo, vivendo

Cuiabá Verde

Cuiabá amanhece bonita nesta manhã de abril
Manga Bourbon pepita ilumina no alto do céu,
caju, morena, aos cachos, é doce no tacho
- Viva a Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá!

Cuiabá, nesta manhã de abril, amanhece bonita
crianças brincando de esconde-esconde
nos seus quintais... - Me dá um beijo, morena,
que essa vontade de amar está à solta no coração

Cuiabá, em abril, amanhece demais de folienta
passarinho passeando pela paisagem da praça
beija-flor beira a pétala sutil como ave
aventureira lá e cá nas páginas de um jardim

Cuiabá, morena, é verde e gostosa
quando chove até garoa e faz bastante calor
Corpo na rede e preguiça que hoje é feriado...
- Viva a Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá!
Poema realizado a partir de uma tentativa de parceria com Carlos Silva (aonde andará Carlos Silva?) que usou apenas o primeiro verso e fez outra letra diversa.

Na cidade em que vivo teve um prefeito

Esta cidade, amigo,
foi pequena como daqui-ali
O Armazém Mercado
de João Cartola
ficava na Av. Ponce
e aos sábados via as feiras livres
sombreadas por palmeiras

Um prefeito,
desses modernizadores,
começou a azular
tudo que fosse possível
ser memória
e não parou mais...

Cuiabá Pequenininha

Penso (agora) em tuas palavras
Dona Menina
Esta Cuiabá ainda é da gente
que faz melado no tacho
pra fazer rapadura pra vender
Penso (em tuas palavras) agora

Cuiabá não tava como tá hoje
Era pequenininha
as ruas estreitinhas
tinham outros traços
Coxipó somente mato

Penso em tuas palavras (hoje)
Tudo tinha de monte
Banana – morro de banana –
feijão, milho, mandioca
Tudo, tudo era fartura

Cuiabá, viajo (muito) pelas ruas
conversas de esquinas
entre becos até o Lava-pés
Cuiabá, o mundo é grande
e dá para todos nós

Penso (sempre) no retorno
um dia, mesmo porque será um dia
vamos brincar o cururu
e o povo ensina mais...

Retorno e reencontro a palestra
bem aí assim e passo a emprestar
argumento com gente minha...

De tudo fizemos um poema
e continuamos curiosos.


#SonhoDeMenino
#SeletaCuiabana