Canção ao poeta CDA

Carlos, perdoa este poema de amor
Um pequeno poema, porém de amor
Imagina, um ínfimo poeta cuiabano
Nato dessa terra, que nem sabes
Onde fica, atreve escrever...

Não tem uma dose poética
Para te deixar bêbado
Friso, porém, o poema é de amor
A partir do momento que
Fizeste nos apaixonar
O amor começou a fecundar

Não foi uma pedra
No meio do caminho
Foi o amor em cada linha
Em cada verso alicerçando o amor
(embora não sabendo)
Lá estavas pondo uma pedra...

Não renuncio a nada
Também não penso
Que renunciastes a alguma coisa,
Porém, este amor... Que alegria!

Não tem procedimento
Ficar assim apaixonado
Mas estou amando
Como nunca imaginei
Que pudesse amar
Pela rama, pela rima, pelo ritmo...


Penso: não devias ter feito
Tão bem feito assim e
Deixar-nos apaixonados
- Além de mim, milhares
De brasileiros meninos
Moços e velhos te amam
Literariamente como eu -

Mas fosse eu rei do mundo
Carlos não morreria nunca
Carlos ficará Drummond
Junto ao seu povo,
Não em monumento
Mas em livros e bibliotecas.

><> Publicado no O Juvenil , órgão de divulgação literária da UPES, nº 6, setembro de 1976.

Nenhum comentário: