Tempo certo

O relógio, o espaço
horário do tempo certo
O sol mesmo sem se pôr
agora amanhece

Os homens como ovelhas
correm mansos para o pasto
com sinais que determinam
paradas pra não dar tempo

Sonhos não concretizados
lágrimas não se compram
a dor não se reparte
criam a solidão do só

Que mesmo acompanhados
nada mais são que só
Que mesmo ouvindo-falando
nada mais são que surdo-mudos


(Na calçada chora a criança
que a mãe, por necessidade
e esperança crença nos homens
deixou-a para que a encontrassem).

><>Do livro “Sinais Antigos” (1984).

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