Edmilson Maciel: Um músico a serviço da música regional

O líder da banda Terra se empenha na defesa do som mato-grossense e vira parceiro do Flor Ribeirinha

POR JOÃO BOSQUO | A trajetória de Edmilson Maciel continua com a gravação segundo trabalho, agora no formato CD – o que dá certa ideia da demora entre um e outro -, que foi o “Banda Terra – Rasqueia”, que vem ser outro período da banda, o do rasqueado. Retomando. Assim que chega do Rio, nas noites em Cuiabá, Edmilson percebe que o vanerão tomava conta das noites cuiabanas. “As bandas todas tocavam vanerão e aquilo me incomodava bastante”, lembra. E acontece uma reviravolta ao montar o primeiro estúdio de quatro canais analógicos e começa a gravar os músicos regionais. Edmilson diz que o Terra é o primeiro estúdio, o de Pineto veio depois.

Nesse entremeio, acontecem as primeiras entrevistas para o rádio e uma apresentação no Revista da Manhã da TV Gazeta, então programa diário e por conta dessa apresentação aconteceu o convite para participar da apresentação do programa. No início é bom dizer não era apresentação – por sugestão do Celso Chacon – ele ficava perto do apresentador e durante alguns entrevistas fazia algumas perguntas sobre música. Deu certo. A TV levou o nome da banda às estratosferas do universo mato-grossense. “Certa feita, chegamos na cidade de Querência do Norte e o pessoal de lá nos chamava pelo nome”, conta com uma certa ponta de orgulho.

Por outro lado, chateado por o rasqueado não estar entre as músicas mais tocadas, Edmilson elabora o projeto de gravar um CD apenas com músicas locais e mostra para o presidente da Fundação Cultural, Elismar Bezerra, que encampou o projeto e saiu o CD “Rasqueados Mato-grossenses”, com participação de Dunga Rodrigues, João Eloy, Gilmar Fonseca, Bolinha e Pescuma, Os Cinco Morenos, Roberto Lucialdo e, claro, Banda Terra.  A curiosidade e que nele não entra a dupla Henrique & Claudinho. Edmilson diz que o motivo foi que H&C, ao gravar o LP Cuiabá, Cuiabá colocaram, de um lado, rasqueados e, do outro, o vanerão, que era a bronca do Edmilson.  Superado isso, os dois vieram a participar da segunda edição e do “Brahma Rasqueart’, gravado ao vivo na Av. Mato Grosso, quando se reuniu perto de 40 mil pessoas.

Depois desse grande sucesso os artistas que faziam rasqueados, em reunião numa das salas dos estúdios da Banda Terra, sentiram a necessidade de levar o rasqueado para fora das fronteiras mato-grossenses e precisavam do apoio do governo do Estado. Foi tirado uma comissão – segundo Edmilson Maciel – formada por Henrique e Pescuma. “Os dois foram e nunca mais voltaram”, conta rindo.

O rasqueado, segundo Edmilson, sofre um baque e por uns dois anos não se grava nada de novo e nesse vácuo entra o lambadão, quando aparece a banda Estrela D’Alva, Chico Gil, Estilo Som, Pop Som, gravando aonde? No estúdio da Banda Terra. “E o lambadão veio e tomou de conta. E hoje a referência de Mato Grosso, lá fora, é o lambadão”, afirma.  O rasqueado não mais a referência, na opinião de Edmilson Maciel. Tanto é que no programa da Regina Cazé, o Esquenta, recentemente se apresentou a dupla Henrique e Diego, que “mostraram o lambadão cuiabano” para todo o Brasil.

Além do estúdio e da Banda Terra, Edmilson tem a peça de teatro “Mato Grosso em Cena”, escrita em parceria com o poeta Aurélio Augusto, na qual é contada a história do estado num musical, com o qual atende empresas, governo e eventos diversos. O outro trabalho é com o Flor Ribeirinha, do qual já participa há dez anos, como diretor musical. O Flor Ribeirinha é grupo que vem mantendo o siriri na ponta, atraindo velhos e novos admiradores. O compositor, por outro lado está adormecido. Compõe bastante, no período eleitoral, jingles.

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