Ventos da paz*

 Que os bons ventos nos tragam a paz das aves mutantes, das aves errantes, das aves voantes, das aves infantes, das aves sonantes, das aves diamantes, das aves irradiantes, das aves gigantes vigilantes da paz

Que os bons ventos nos tragam a paz das aves vadias, das aves ar-de-dia, das aves cotovias, das aves ecologias, das aves mês-marias, das aves ferrovias, das aves rodovias, das aves hidrovias, das aves caminhas a caminho da paz

Que os bons ventos nos tragam a paz das aves da vida, das aves partidas, das aves prometidas, das aves paridas, das aves surtidas,
das aves torcidas, das aves vencidas, das aves abatidas, das aves feridas, das aves atrevidas, das aves benzidas num bando em paz

Que os bons ventos nos tragam a paz das naves Chapadas, das naves Guimarães, das naves chegadas, das naves de mães, das naves amadas, das naves delgadas, das naves pousadas num pouso de paz

Que os bons ventos nos tragam a paz das aves brancas, das naves mansas, das nuvens alvas, das asas crianças, das aves folias, das naves gurias em busca da paz

Que os bons ventos nos tragam a paz das belonaves, das cosmonaves, das astronaves, das aves amáveis, das aves saudáveis...

Que aves intermináveis nos tragam a paz.

*Com Beto Velosa

Do livro Poéticas Menores & Poemas Controversos (1981-1990)

Nenhum comentário: