Em Defesa de Todos os Povos do Iraque (1)


"As cidades podem vencer, Stalingrado!"
Carlos Drummond de Andrade

Eu não sou pela paz, simplesmente pela paz
Sou pela justiça que traz a paz forjada
Os homens que praticam genocídios
devem ser julgados ao fim da guerra
para que não paire no mundo o medo

O massacre contra os povos do Iraque
não pode ficar no "ora veja"
As crianças mortas sob as bombas Tomahawks
não podem ser esquecidas
A destruição dos prédios históricos
não poderão ser reconstruídos
Os crimes, portanto,
não podem ficar impunes

Alguém deve ir aos Tribunais
Os criminosos da guerra,
os chefes das forças invasoras,
os mandantes dos ataques
não podem escapar ilesos

A paz pela paz
não pode acontecer,
se crianças foram mortas,
se jovens adultos foram massacrados,
se velhos doentes foram humilhados

A paz pela paz
não deve ser o fim
Os vitoriosos...
(não podem existir vitoriosos
nesta guerra tão desigual, tão desumana)
Os vitoriosos devem ser julgados,
o perdão deve ser riscado do dicionário
pois os mortos,
principalmente as crianças inocentes,
não podem agora dizer
se perdoam ou não seus algozes


A paz pela paz
não pode existir
enquanto mães choram seus filhos perdidos
sob as explosões dos mísseis de mil megatons
enviadas sob o manto do poder econômico

A paz pela paz
jamais deve ser instrumento
de retaliação covarde daqueles,
como nós,
que a qualquer momento podem
sofrer agressão externa do Império.

Peace! Gritam as vozes nas ruas
em todo o mundo...
Além do cessar dos bombardeios
as vozes humanas pedem
que não se esqueça das crianças mortas,
das mães que perderam seus filhos,
dos jovens adultos massacrados,
dos filhos desses homens, agora órfãos,
dos velhos doentes humilhados,
dos prédios históricos tombados,
de todos os crimes praticados
sob o manto do poder econômico,
que quer apenas os campos de petróleo

Continua...

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