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Absurdo

Escrever ou não escrever
é um dilema absurdo...
Se escrevo
saber como se o poeta
pensou em não escrever?

Se nego e não escrevo
o poema não se concretiza
nem o leitor e o próprio poeta
saberiam do poema

Vou Esperar

Vou esperar Nice
Até que ela chegue
Depois disso
Não espero, não!

Estou cansado
E Nice insiste em demorar
O filme já começou
A sessão seguinte terminou
O trailer foi emendado
O roteiro é o mesmo...

Anjo de Cara Amarrada


Não vi o anjo de cara amarrada.
Só vi o anjo (Não era pescador)
Navegava na flor
Pelos rios do Pantanal
Os peixes seguiam
Esse anjo em sua barca rosa

As flores pantaneiras são naturais
Estruturadas em comando singelo
Triz de cor de arco-íris

O anjo reconhecia todas
Como antes de ser sementes
As flores eram semelhantes
Se refletiam brilhantes
Na face do navegante feliz.
24/10/2012
#ImitaçõesDeSoneto

Cafés, Leites e Lembranças

Quando peço um café com leite,
não peço apenas um café com leite,
Estou pedindo também uma xícara de lembranças

A medida exata dessas lembranças
Ninguém sabe precisar, aqui ou amanhã
Nas manhãs que se repetem

Café com leite é uma receita perfeita!
O preto café se mistura ao branco leite
E forma essa tonalidade brasileira...

Essa mistura, além do tom perfeito,
Tem aroma e sabor que gruda
Além da língua e saliva a fala...

Ao pedir uma xícara de lembranças
Estou pedindo um pouco de mim mesmo.

28.02 e 14.03.13

As pessoas de quem se gosta

As pessoas que gostam da gente
nos acham simpática, uma graça
Outras, mais bondosas ainda,
nos acham uma alma boa e bonita

As pessoas que gostam da gente
nos olham e veem um menino ladino,
só enxergam as qualidades, poucas,
e supervalorizam as mesmas

Dentro e Fora do Universo



Na exata hora, quando o 2º tempo acaba e vê o placar final,
Ficamos sabendo qual o resultado de tudo no século findo
E quais as perspectivas para o dia seguinte que se iniciou ontem

Por incrível que possa ser os dias se parecem, mas não iguais
As pessoas são diferentes, os olhos, o jeito de ver as coisas,
Analisar como estão distribuídas, postas cada uma em seu lugar,
Tem uma particularidade que só aquele SER pode ser/perceber...

Te chamo irmão


Te chamo irmão
Por que decerto creio
Se ainda não o fiz
Creio que o dia chega

Te chamo irmão
Por que decerto devo
Se ainda não paguei
A moeda se cunha

Poema Menor

Estou em casa descansando
Após doze meses regulamentares
A poesia indecisa não saiu de férias

Ela insiste em abrir a fonte
E despejar inspirações de roldão
Mostrando-se dos sentidos
Os quais ligam o sentimento à razão

Olhos Vendados

Este momento que vejo tudo, embora de olhos fechados,
sigo (como é possível seguir) rumo ao norte prometido
Uma visão panorâmica de olhar, como de soslaio,
de olhos fechados e vejo o infinito que nunca se acaba
e do infinito dos olhos vejo outros olhos sem fim

Sigo pelos caminhos infinitos, entre lágrimas e estrelas,
que percorrem por todo nossos sentimentos e ver que
mesmo os caminhos finitos, felizes ou tristes, são iguais
E registram as pegadas de todos os caminhantes
cósmicos – independente do carma – de forma simples...

Caminhos

Caminhos,
Que desconheço,
Para chegar ao Pai,
Sempre existiram

Caminhos passam
Aqui, ali, sem interferir
No livre arbítrio
A nós concedido

Caminhos são
Sempre os mesmos
A nos levar em mãos

Caminhos serão
Todos de sempre
Até chegar ao coração.

#ImitaçõesDeSoneto

A Mega-sena É Um Sonho


A mega-sena é um sonho
e quase todos brasilianos
sonham um dia poder ganhar...

Sonham poder dar educação
aos filhos, aos afilhados
os aparentados, aos deserdados
e depois dar uma virada

Outros sonhos menos nobres
são viagens em cruzeiros
ilhas paradisíacas, europeus
países e línguas desconhecidos

A mega-sena é um trunfo
que os brasilianos guardam
no bolso enquanto sonham.
28.12.10
#ImitaçõesDeSoneto

Poema Escondido



Vamos ver quem acha a poesia escondida?
O poema, vestindo terno ou um velho jeans,
É apenas uma roupagem de rimas e métricas
Como são as escolhas de escolas literárias

O poema das arcádias, do lirismo derramado,
Do Barroco, feito barro, impregnando os sonetos,
O Romantismo, sem ser romântico, de Castro Alves,
Sem querer veste-se de Parnaso sem sentido

O poema de símbolos corre atrás do pré-moderno
A Semana de 22 e todos os Andrades se misturam
E depois se processa Dias-Pino o concretismo...

Não importa o estilo, porém a essência poética
Nas entrelinhas que correm, perfeito um lambari
Dourado, nas águas do rio rumo ao mar Pantanal.

#ImintaçõesDeSoneto

De Tapetes, Pássaros e Peixes!

Ninguém mais se lembra dos tempos
belos tempos, que o povo andava
de tapete voador aos pares de ares
e descia em qualquer estação do ano

Voar nestes tempos, até passarinho
com asas cansadas, prefere andar
nas calçadas mesmo correndo risco
de, num momento, ser atropelado


Cinco de Fevereiro


Estou ficando velho, reconheço
Estou deixando para traz a mocidade
Os nervos não estão mais à flor da pele
Nem no endereço determinado
Estou ficando velho, lentamente…
Amanhã ou depois de amanhã
Se confirma conforme combinado
A certeza de ser estar mais velho ainda

Minha Poesia


Falando francamente
sou um franco atirador
Minha poesia tem um que
de metralhadora quente
que não perdoa nem o papa
menos ainda o tenente
Minha poesia não usa símbolos
metáforas, anáforas
Não tem segredos, medos, enredos
Minha poesia não tem presas
amarras ou preconceitos...
Minha poesia é simples
sem nenhuma sutileza,
simples como uma gota d'água.

2003

Tem Horas que o Dia Passa

Tem horas que o dia passa, a noite vadia
E eu, cara-a-cara, fico perdido nesse pensar
Sem decifrar que os passos lentos continuam
Pela estrada sem memória de pés ingratos

Outras horas, o dia-a-dia não se repete
E se sente o pulsar da vida na mata, na veia
Dos rios, córregos, mares e oceanos
Entre ruas, avenidas, vielas e fábricas cidades

Soneto Militétrico

Gostaria de ser sintético
pouco mais hermético
pouco menos patético
mais ou menos hético

Ter amigos incertos
pouco mais dialéticos
poder ser supra direto
e menos pós-poético

Contudo, profético
em versos aritméticos
revelo pré-cosmético

O mundo frenético
caminha disléxico
prum fim cibernético.

#ImitaçõesDeSoneto

Minha Poesia ao Léu

Minha poesia não é só minha.
Ela também é de quem a lê
e se sente enlevado por ela.

Sente que as palavras escritas
- desta maneira ou estilo -
é o jeito de como se usar para
dizer as mesmas coisas aqui ditas

Poetas de Antigamente

Não se veem mais poetas como de antigamente...
Os poetas de antigamente escreviam à mão
em brancos papéis suas diletas poesias...

Bem antes, porém, os poetas cantavam musas
intrusas, in métricas precisas e de cabeça
guardavam na memória e iam aos recitais

Depois vieram as máquinas Remington
os poemas passaram a surgir sob formas
até chegarmos no modernismo
e desaguou no concretismo...

A poesia ficou assim
Assim como que não se quer nada
mexendo - pois sempre mexe -
com as cordas do coração.

Como uma teoria

Como descansar no bosque,
Como brincar com as crianças,
Como sentir de novo a grama,
Como voltar a ter esperanças?

Como? – A resposta é complexa
A massa caminha com pressa
Depressa! Depressa! Diz a voz
Atroz e nem sabemos de quem é

Respondemos sem familiaridade
Num impulso, dentro do prazo
De validade e não sermos descartes...

As artes só desperta alguns de nós
Alguns uns, nunca dois de uma vez
Para que só se saiba onde é a saída.

#ImitaçõesDeSoneto