Mestre Bolinha e seu sax cuiabano
><>O Mestre Bolinha partiu hoje para a Pátria Espiritual. Que os seus Guias Espirituais possam recebê-lo e ampará-lo neste momento de transição.
Agora estamos sem Bolinha, o Sax de Ouro do Rasqueado Cuiabano
O verdadeiro ícone do Rasqueado Cuiabano
Este repórter com o Mestre Bolinha - Foto: Lenine Martins |
A música está na raiz, ou mais modernamente no ‘gene’. Filho do lendário Mestre Albertino, músico primeiro sargento do antigo 16 BC, formador de bandas e descobridor de talentos, além de compositor e de Dona Enedina Fernandes da Silva. Bolinha é herdeiro dessa cepa e hoje, aos 74 anos, pode-se ser considerado um dos maiores saxofonistas mato-grossenses e também faz parte da história da música regional.
O primeiro contato foi com a percussão, com o pai, mas depois foi estudar na antiga Escola Agrícola de São Vicente, atual Centro Federal de Educação Tecnológica de São Vicente (Cefet), porque o pai não ganhava muito como sargento do Exército. Pois bem, perto da reforma, o pai Albertino começou a trabalhar na Escola e formou a primeira banda de música. Nessa primeira banda o jovem Bolinha começa aprender a tocar o sax alto.
Viagem sem Bagagem: Volta
O bom de viajar
sem bagagem é que,
no transcurso da viagem,
vai se pensando
em milhões de coisas
que se tem pra pensar
pra dizer pro amor
que partiu sem se despedir
e um dia achou de voltar.
Noves fora, o poema
Tira um, noves fora,
o poema se completa
quando a cidade amanhece.
A cidade não sabe
de nenhuma contabilidade poética...
Alguns de seus habitantes talvez.
O poema se ninguém lê
não se tortura, permanece escrito
nas páginas dos livros da biblioteca.
o poema se completa
quando a cidade amanhece.
A cidade não sabe
de nenhuma contabilidade poética...
Alguns de seus habitantes talvez.
O poema se ninguém lê
não se tortura, permanece escrito
nas páginas dos livros da biblioteca.
Viagem sem Bagagem: Ida
O bom de viajar
sem bagagem é que
– durante a viagem –
vai se pensando
em tudo, quase tudo,
em até fazer poesia
macia
sobre a paisagem
(nem tão estética)
cheia de moças
vista da janela do ônibus
rumo à universidade.Descaminhos
O poema feito com precisão
de um segundo,
quando embargava no ônibus,
não explodiu
e se perdeu na trilha
entre a intuição e o papel.Troça
– "A poesia, por menor que seja, é imodesta!"
Poderia dizer Mário de Andrade
parodiando Caetano Veloso.
Mapa Guia
A poesia é calma
Embora sem valor
tem sentido, rumo
e guia o poeta
de mãos dadas
neste e noutros poemas.
Bolsa de Valores
O Pantanal da poesia
de Manuel de Barros
tem outro valor – valor literário –
e não se negocia nas bolsas de valores...
Inverno
A poesia mesmo com frio
sente calma ao exalar do vento
por entre trilhas do rio Pantanal.
O frio em Mato Grosso
não vence as queimadas...
Do Entardecer
Ao entardecer de nossa lida
A poesia assume um novo tom
Às vezes nem tão poético
Esquecida de novos
E velhos compromissos.
Do Ar e da Terra
Do ar, sabe-se, respira a poesia
Não a poesia concreta
que salta do asfalto
porém a tênue poesia
que muito das vezes se perde
em teorias tolas que provocam
mas não provam da essência...
Do Amanhecer
A poesia, quando o sol nasce
no início do dia
ou nos derradeiros dias
de nossas vidas,
nasce com alegria
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