Os Mortos Levem


Que os mortos enterrem seus mortos”
(Mateus 8:22 e Lucas 9:60)

Estamos mortos
Que assim seja
Seguimos procurando a vida

Que nossos mortos
Nos enterrem
E possamos ressuscitar para a vida

Que os mortos
Não nos sejam leves
E possamos encontrar a vida

Ninguém Deve Morrer


Ninguém deve morrer
Antes do dia
Nem antes do amanhã
Que ainda esta por vir
Com as flores, a luz
Os raios do sol...

Solista


Quem sabe tocar piano
sabe, com certeza,
tocar alguma coisa.

Sapo sem Sapa


O sapo cantor
O sapo editor
O sapo de mim
O sapo não sabia
O sapo na academia
O sapo de papo
O sapo sorria
O sapo no fim
O sapo dizia
O sapo na livraria

Não Faço Poemas


Não faço poemas
com trenas
Vejo a poesia
com as mãos na pia.

Pingos


A chuva molha
Molhado de chuva
Vejo os pingos brilhantes.

Poema Lembrado (trecho)

Romano, Diego Maradona recupera o sentido
concebido e estava perdido nos estádios vazios
e mostra com a simplicidade dos gênios como se
deve dominar a bola e livrar-se dos adversários
sem que para isso tenha que se esforçar tanto

Maradona aparece no lugar preciso do campo
como um deus cria as jogadas inconcebíveis
aos craques comuns, vikings anglo-brancos
Maradona é latino, alma e estatura morena
não sucumbe ante as trágicas estratégias frias

Maradona desmente as táticas preconcebidas
desejosas de futebol muque de ossos quebrados
e reinventa a beleza do drible come um, dois, três
até chegar ao gol que ilumina com grito guerreiro
a verdade pura do artista alegre menino Dieguito...

Pedaço de mim

Eu tenho um pedaço de mim
Guardado a sete chaves
Dentro doutro eu.