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Quatro Meninos

A história que conto
não é mentira não...

É a história do menino
que vinha andando
alegre e feliz até que viu
no outro lado da calçada
outros três meninos...

O primeiro estava chorando
um choro que não se via todo dia
O segundo em pé com os dedos na boca
enquanto o terceiro vinha gritando
com um saco cheio de papel
carregando às costas...

Duas Meninas

São duas meninas
Maria Antonieta e Marisa
Marisa e Maria Antonieta
São duas meninas

Uma é levada à breca
Outra é mais pacata
Uma tem um metro de riso
Outra acredita no paraíso

Maria Antonieta e Marisa
Uma dorme de dia o dia
Outra amanhece a noite
Marisa e Maria Antonieta

Antonieta Marisa e Maria
Uma passa a roupa
Outra abre a boca
e guarda a fantasia

Maria Marisa e Antonieta
Uma toca vitrola
Outra bebe Coca-Cola
-Essa é sal e pimenta

Mendigos do Mundo

Matarei todos os mendigos do mundo
começando pelos da minha terra...

Matarei um a um com uma bala
ou com um corte de faca afiada

Todos os mendigos do mundo, matarei
sem lágrimas, com faca ou bala

Os mendigos do mundo, matarei todos
com um sorriso, se for preciso, e siso

Sairei pelos caminhos do mundo
com bala na agulha e faca na cintura

Tentativa de poesia a dois


Insetos abriram a boca
com força mais
a flor frequenta
com abertura mais
lugares sofisticados
a bomba é solicitada
arregalaram os olhos
com força mais
usaram força
requinte fino
toda foca
Prato sem sabor que tinham
E as fumaças? Inseticidas
O Vietnam, Mr.
...pobres “vermes garantamitas”
Não esqueceu
E as técnicas? Horizontes
                       fechados
Napalm
Clic
Bombas
Clac
Cai mais um
O coração sem querer guarda
Domina, domina Avança diabrura
O jornal impresso
contas a cobrar
Entre na mente abre estes mil miolos
tire a casca e pergunte o que vai encontrar
tens jardins
é, sofisticados
Poder, poder
ganância que se foi
com força, força besta
Bamboleou bomba bombinha
pois, a mente vietnamita
não esquece
bim - bum - bam
Clic
Clac
A bomba envaidece
abraça, irmão
com coração
Deus quiser
Céu limpo nuvem branca
azul
com celeste
verde com humano
E lá se foram
e ir-se-ão outros
Apesar do teu poderio
vão falir, vão sim
vida é assim
hoje é hoje
quando, c’os gargantões,
ouvidos
amanhã hoje será
mas passado marca e
mata
e futuro suicida
com quê?
Machado de pedra ou robô?

Motivo Escasso

Com o nosso sangue
que escorre deste corte
escrevo este poema
na sua própria sorte

Não falo nada, nem muito
apenas o necessário
que acredito ser assunto
no dia a dia operário

Se nele prevejo dor
por conta da verdade dita
também não se vê cor
mas o sangue desta vida

Poema Subjetivo

João, como vão as palmeiras? Da velha história não sei não Fatos passaram Dona Polica certamente já morreu Aquele otimismo que havia? Não um mundo melhor Há porém receios Serão cassados velhos refrãos Velhos ditos populares hoje já não surtem tanto efeito Estou com dívidas até na garganta A voz rouca engasga com o som do cigarro Morrerei com os olhos pálidos Espantados com tanta ambiguidade da nossa política caseira Prefiro ainda os velhos temas A velha forma poética O inverno promete matar muitos mendigos Onde andarão os meus velhos amigos? Está decretado Os jornais não comentaram Os locutores de rádio não falaram nada A televisão nem se fala Que pensar agora é um ato subversivo Como vai Cuiabá Te pergunto Como vai a cambada Como te pergunto Sopra assobios de passarinhos São insistentes esses cantos Cantados na moita A tesoura censura meu novo comportamento O tesouro continua cheio de encantamento Não achas Divino a nova literatura de mictório Rebelde e incrédula Isso quando não blasfema Claro O dia que promete muito Amanhã será Domingo de páscoa Virgem Maria Padre Nosso Otimismo é pouco São João Batista quantas cabeças rolarão após as próximas eleições? As velhas beatas rezarão por vocês Aqui fica optativo Ponto ou não p(r)onto Interrogação ChicoCantaChicoPinto varou pela perna pintando a ponte de preto-prata Ficaram sem Chico e sem Pinto Phico Cinto que dó ficar sem fazer nada Houve bate-bocas nas mesas de bares de Gotham City Pelam de medo os maus feitores que descubram a grande farsa que Batman e Robin vivem E ajudem a derrubada dos poderes constituintes Idem no Planalto Central No interior do Brasil Contam histórias: Lampião é o anti-herói de lanterna na mão Te entrega Cristino Ex-Tinto de Sangue vermelho na varanda azul Nos finais de verão as cigarras Mulheres dos meus cigarros Cantam melancolicamente tentando suster o ar Que besta Que golpe baixo Que falta de propósito essa a nossa A tua Também Sua sem-vergonha Que passa na sociedade Na reitoria Definitivamente maravilhosa Contrariando o edital Autênticos rasgam o verbo no Plenário vide Lysâneas Maciel Cansado na mesma hora Surgiram bofetadas na mesa Na tua cara Suspenderam o preço do feijão Ficastes uma vara Que vida cara Minha cara Te amo Afirmo Firma reconhecida Lavrada em cartório Passado a limpo Joia Cuiabânia Minha nova mania Vide Novo Aurélio Minha prima Vânia Primavera que vem jámeencheuosaco Bato ponto final e escondo o © copirraite.